terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Ser mãe x ter um filho

Hoje ouvi essa frase “ser mãe é diferente de querer ter um filho” em um vídeo sobre o retorno aos exercícios físicos do blog www.amamentareh.com.br. Confesso que já me peguei pensando sobre isso várias vezes desde que o Luca nasceu.

Ser mãe não é fácil, nem tampouco a gente tem tanta disposição quanto às mães que aparecem nas propagandas da TV. E os bebês não nascem interagindo ou conseguindo se distrair sozinhos. “Cadê o manual” como diria minha amiga.

Tem dias que é osso, passar o dia “sozinha” numa rotina cronometrada de mamadas, fraldas e sonecas...não dá vontade de fazer muita coisa, (lavar louça, cozinhar, fazer dieta, sair para caminhar) às vezes não dá vontade nem de tomar banho e escovar os dentes (eca)...estamos cansadas mas sem conseguir relaxar e dormir...e o que é pior, não podemos assumir isso publicamente, sob pena de nos condenarem e dizerem que não somos boas mães. ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!!!! 

As vezes me pego irritada, sem entender porque o Luca chora mais, ou quer mamar mais, ou dormir menos...e o resultado quando ao final do dia percebo que não tive toda a paciência que planejei ter durante a gravidez sempre é o mesmo: CULPA. Fico chateada comigo mesma, porque “planejei” demais a maternidade, quis demais a maternidade e não posso me permitir não ser uma mãe zelosa e paciente “full time”. Mas tenho meus momentos (raros) de “limite do cansaço” em que só quero que ele durma-pelo-amor-de-deus ou que o papai chegue do trabalho e fique com ele um pouquinho. Sou humana, cometo meus erros, fico cansada.

Mas diante de tudo que leio e das coisas que tenho vivido, acho que escolhi “ser mãe” e não apenas “ter um filho”. A maternidade é uma bênção, um sentimento tão puro que transborda dos nossos corações em cada minuto que passamos ao lado da nossa cria. Mas também é abstenção, e nesse caso, temos que ter consciência da escolha que estamos fazendo. Não dá para ter a mesma vida de antes, os mesmos hábitos, estamos educando uma criança, somos exemplo.

Antes do Luca nascer eu conseguia ficar no salão por três horas (massagem, unha, depilação etc etc etc), hoje, já faz um mês que não faço a unha simplesmente porque me dá uma preguiça danada de “sair da rotina”. Sei que é algo temporário e não me sinto menos mulher ou feminina por isso. Em alguns dias nem tiro o pijama (Ohhhh), e em vários dias nem saio de casa, quando vejo já são nove horas e já está na hora de dar banho e colocar o Luca para dormir.

Nem tudo são flores, mãe não tem fim de semana e feriado, happy hour até tarde com os amigos, e por aí vai. Nessa fase de aleitamento exclusivo então, esquece. Esses dias falei para o marido que era para ele ficar com o Luca para eu ter um tempo só para mim, e ele prontamente respondeu, na hora de dormir você tem um tempo só para você. Sei que foi de brincadeira, mas tem dia que é bem por aí mesmo.

Ser mãe foi uma escolha minha, decidi que iria me dedicar ao meu filho, e se surge a vontade de tomar uma taça de vinho, pego a taça e cheiro o vinho, lentamente...rs...pareço louca, mas melhor parecer louca do que ser irresponsável...tive a vida inteira para degustar uma cachaça ou um vinho e daqui uns anos poderei voltar a viver o prazer de uma taça, enquanto estiver amamentando isso não faz parte da minha vida.

Sair de casa à noite tem sido gradativo, agora que o Luca está mais tranquilo na rotina me sinto mais segura, antes disso sem chance. Só quem é mãe sabe o trabalho que dá fazer o pequeno dormir e a vontade que temos de dormir algumas horas seguidas.

Maternidade não é um emprego que podemos faltar quando não estamos nos sentindo bem, não dá para jogar a toalha, nesse comecinho então, nem se fala, eles são totalmente dependentes das mães (os pais ficam um pouco perdidos na sua função). 

Como sempre digo, o meu cansaço é compensado com os sons que o Luca emite e as risadas que ele me dá quando falo com ele ou simplesmente quando ele percebe a minha presença e isso, ahhhh isso não tem preço.

Me deu vontade de fazer esse desabafo. A maternidade tem sido um desafio para mim, e acredito que para a maioria das mães também é. Se for fácil para alguém me passem a fórmula mágica, lidar com o desconhecido é bastante complexo para mim.

FILHO É BOM DEMAIS! E ESSE AMOR SEM TAMANHO COMPENSA TODO O CANSAÇO, COMPENSA TUDO.

Beijo gigante,
Ju

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